Tradicionalmente, a estenose lombar tem sido tratada utilizando-se a descompressão através de laminectomia aberta, com bons resultados cirúrgicos (1). No entanto, a remoção cirúrgica do processo espinhoso, lâmina e banda de tensão posterior (complexo músculo-ligamentar posterior), podendo ou não ser removidas as facetas articulares, gera instabilidade pós-operatória levando a subsequente necessidade de fusão do nível (artrodese) (2).

Fig. 1. Adaptado de Wong et al (3). A. Campo cirúrgico de descompressão aberta. B. Tomografia Computadorizada (TC) após técnica aberta evidenciando área de invasão cirúrgica, com remoção bilateral de facetas, lâminas, processo espinhoso e musculatura paravertebral (linhas tracejadas). C. Campo cirúrgico da descompressão tubular minimamente invasiva. D. TC pós-operatória evidenciando área de invasão cirúrgica, com remoção apenas da lâmina direita, mantendo-se intacto o processo espinhoso e toda banda de tensão esquerda, incluindo lâmina, faceta articular, músculos paravertebrais e ligamentos (linhas tracejadas).
Técnica cirúrgica
Os avanços tecnológicos permitiram a criação de uma técnica minimamente invasiva como alternativa às técnicas abertas (figura 1). Os estudos recentes mostram resultados clínicos similares no pós-operatório quando comparados o minimamente invasivo ao aberto (3). Diferentemente, através de dilatadores tubulares, é possível alcançar o local afetado com menor rompimento das estruturas anatômicas normais circundantes, incluindo músculos paravertebrais e ligamentos, com mínimo sangramento, menor tempo intra-operatório, menor necessidade de remédios para a dor no pós-operatório, índice inferior de infecções hospitalares, e com volta mais rápida às atividades normais de trabalho e lazer (figura 2) (4–6).

Fig. 2. Adaptado de Wong et al (7). Acesso tubular na técnica minimamente invasiva de descompressão das estruturas nervosas. Note a manutenção da integridade da anatomia adjacente à área a ser acessada cirurgicamente.
Referências
1. Gibson JNA, Waddell G. Surgery for degenerative lumbar spondylosis: updated Cochrane Review. Spine. 15 de outubro de 2005;30(20):2312–20.
2. Kornblum MB, Fischgrund JS, Herkowitz HN, Abraham DA, Berkower DL, Ditkoff JS. Degenerative lumbar spondylolisthesis with spinal stenosis: a prospective long-term study comparing fusion and pseudarthrosis. Spine. 1 de abril de 2004;29(7):726–733; discussion 733–734.
3. Wong AP, Smith ZA, Lall RR, Bresnahan LE, Fessler RG. The microendoscopic decompression of lumbar stenosis: a review of the current literature and clinical results. Minim Invasive Surg. 2012;2012:325095.
4. Asgarzadie F, Khoo LT. Minimally invasive operative management for lumbar spinal stenosis: overview of early and long-term outcomes. Orthop Clin North Am. julho de 2007;38(3):387–399; abstract vi–vii.
5. Khoo LT, Fessler RG. Microendoscopic decompressive laminotomy for the treatment of lumbar stenosis. Neurosurgery. novembro de 2002;51(5 Suppl):S146–154.
6. O’Toole JE, Eichholz KM, Fessler RG. Surgical site infection rates after minimally invasive spinal surgery. J Neurosurg Spine. outubro de 2009;11(4):471–6.
7. Wong AP, Smith ZA, Stadler JA, Hu XY, Yan JZ, Li XF, et al. Minimally invasive transforaminal lumbar interbody fusion (MI-TLIF): surgical technique, long-term 4-year prospective outcomes, and complications compared with an open TLIF cohort. Neurosurg Clin N Am. abril de 2014;25(2):279–304.
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