Pular para o conteúdo principal

Hepatite auto-imune

A hepatite auto-imune é uma doença inflamatória do fígado, progressiva, que pode evoluir para cirrose hepática.
É uma doença predominante em mulheres entre os 30 e 40 anos de idade mas também pode atingir outros grupos etários e o sexo masculino. A causa da hepatite auto-imune permanece desconhecida mas sabe-se que existe uma alteração da regulação do sistema imunitário (sistema de defesa do organismo) com a produção de auto-anticorpos que atacam o fígado.
É uma doença de início insidioso caracterizada por sintomas pouco específicos como: mal estar geral, fadiga, falta de apetite, dores articulares e musculares. No sexo feminino podem surgir alterações do ciclo menstrual (amenorreia). Em cerca de 20% dos casos pode manifestar-se por sintomas semelhantes aos da hepatite aguda : icterícia, febre e aumento do tamanho do fígado.
Alguns doentes podem não ter sintomas e apresentar apenas alterações das análises laboratoriais. Há também uma pequena percentagem de doentes que se apresenta com um quadro de insuficiência hepática fulminante (alterações do estado de consciência, icterícia, hemorragias).
A hepatite auto-imune pode surgir associada a outras doenças auto-imunes como: diabetes mellitus, colite ulcerosa, artrite reumatóide e lupus eritematoso sistémico.
As análises do sangue podem revelar: aumento das transaminases (enzimas hepáticas, AST e ALT), aumento da fosfatase alcalina e da y-GT (gama-glutamiltranspeptidase), aumento da y-globulina (proteínas do sangue que ajudam a combater as infecções) e presença de auto-anticorpos (ANA-anticorpos antinucleares). Antes de se diagnosticar a hepatite auto-imune devem ser excluídas outras causas de doença hepática crónica como: vírus (hepatite B, hepatite C) drogas e medicamentos, hemocromatose, doença de Wilson e défice de alfa1-antitripsina.
A realização de biopsia hepática é essencial para estabelecer o diagnóstico e definir o prognóstico. O tratamento baseia-se na imunosupressão com glicocorticoides (prednisolona) associados ou não a azatioprina.
Esta terapêutica reduz os sintomas, melhora a função hepática e aumenta a sobrevida. A taxa de sobrevida dos doentes não tratados aos 10 anos é de 10%. Uma vez alcançada a remissão (melhoria clínica, laboratorial e histológica) é necessário manter uma dose mínima de corticóides durante longo período de tempo (12 meses a 3 anos) porque se o tratamento for totalmente interrompido há recorrência da doença.
A alternativa terapêutica, caso ocorra insuficiência hepática, é o transplante hepático.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Quais exames são solicitados pela reumatologista?

A Bia tem feito vários exames desde de que deu inicio o acompanhamento com a reumato Além dos exames físicos para complemento é solicitado os exames: Imagens: Ultrassom Tomografia Rx É os de sangue abaixo entre outro : Cardiolipina - Anticorpos IgG  Cardiolipina - Anticorpos IgM Anticoagulante Lúpico Analise de caracteres fis. elementos e se Dosagem de transaminase Glutâmico - Oxal  Dosagem de transaminase Glutâmico - Piru Anca Anticorpos Anti Neutrófilos Vitamina D (25-hidroxi) Dosagem de Cálcio  Fosforo Dosagem  Dosagem de Fosfatase alcalina Dosagem de Acido Úrico Dosagem de Desidrogenase Latica Dosagem de creatinofosfoquinase (cpk) Anticorpos Anti-ssa (RO) Anticorpos Anti-ssb (LA) Dosagem de Hormônio tireoestimulante (TSH) Dosagem de Tiroxina livre (T4 LIVRE) Hemograma Completo Determinação de velocidade de Hemossedimentação  Dosagem de Proteína C reativa Pesquisa de anticorpos Anti Núcleo  Prova do Látex p/ pesquisa do fator reu

Púrpura de Henoch-Schönlein

  Também denominada púrpura anafilactóide , a púrpura de Henoch-Schönlein pode ocorrer em adultos, mas predomina em meninos e é a vasculite mais frequente em crianças e a maioria dos casos ocorre antes dos 7 anos de idade. Muitas vezes é precedida por por quadro infeccioso de vias aéreas superiores ou por uso de medicações e se manifesta clinicamente pelo aparecimento de púrpura palpável que predominam nos locais de maior pressão hidrostática como os membros inferiores e nádegas. As lesões são caracteristicamente de cor vermelha vivo, com ponto central enegrecido e aparecem progressivamente com tendência a coalescer, nos casos mais graves podem ocasionar formação de úlceras cutâneas. Além do quadro cutâneo, podem aparecer dores articulares ou artrites, dor abdominal ou hemorragia digestiva e envolvimento renal com hematúria, síndrome nefrótica ou nefrítica e até insuficiência renal. Seu diagnóstico é estabelecido pela biópsia de pele que deve ser examinado por técnica de imunofluor

Arterite Temporal

Também denominada arterite de Células Gigantes acomete predominantemente indivíduos idosos, a partir dos cinquenta anos de idade com incidência crescente quanto maior a idade. É muito maior em indivíduos de cor branca, sendo rara em negros e orientais. O seu quadro clínico é caracterizado por cefaléia de início súbito, em região temporal, às vezes acompanhada por espessamento da artéria temporal e por lesões cutâneas na região da artéria que se torna dolorosa à palpação. Em geral o paciente apresenta sintomas oculares como amaurose fugaz, borramento visual, visão duplicada (diplopia) e dificuldade para mastigação (claudicação de mandíbula) e muitas vezes dificuldade para engolir alimentos (disfagia). Na investigação laboratorial o achado mais típico é a grande elevação das provas de fase aguda com velocidade de hemossedimentação próxima de 100 mm na primeira hora. O diagnóstico deve ser realizado precocemente pois a evolução mais temível é o desenvolvimento de perda definitiva da vi