Pular para o conteúdo principal

Esofagite de refluxo

Em circunstâncias normais, o conteúdo ácido gástrico não sai para o esófago devido ao esfíncter na parte inferior do esófago (cardia) constituir uma valva sem retorno. Quando a competência do cardia está comprometida, isto é, quando a valva deixa de exercer o seu efeito pode haver o retorno do conteúdo gástrico para o esófago, comprometendo a integridade da mucosa esofágica.
A disfagia, dificuldade de deglutição, é uma situação que pode estar relacionada com afeções esofágicas como a esofagite de refluxo em que a cicatrização das lesões esofágicas provoca estenose do esófago que dificulta a deglutição. Considerando que este sintoma pode estar relacionado com doença grave como o cancro esofágico, o doente deve ser dirigido ao médico, se a apresentar. A disfagia acompanhada de pirose pode ser melhorada com a toma de antiácidos e com o tratamento específico da esofagite de refluxo.
Sendo que a disfagia também pode estar relacionada com maus hábitos alimentares, se for este o caso, o doente deve ser ensinado a deglutir, o que pode passar por rodar a cabeça para um dos lados.
Para a esofagite de refluxo podem contribuir diversos fatores que reduzem o tónus do esfíncter permitindo a saída do conteúdo gástrico, são exemplos de alimentos e outros fatores que predispõem para a esofagite de refluxo:
  • Alguns alimentos como o chocolate e bebidas alcoólicas;
  • Tabagismo;
  • Alguns medicamentos;
  • Obesidade;
  • Gravidez;
  • Anomalias anatómicas.
Sintomas
O refluxo gastroesofágico é uma situação que, sendo crónica pode originar complicações como lesões permanentes do esófago. A tabela 1 resume os principais sintomas face às caraterísticas do doente e respetivos significados.
Assim, é necessário que o farmacêutico seja capaz de analisar os sintomas apresentados pelo doente para poder tomar uma decisão consciente e adequada, sem menosprezar a necessidade de referenciar o doente ao médico quando for necessário.
Tabela 1 – Sintomas principais da indigestão e seu significado possível


Prof. Doutora Maria Augusta Soares

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Arterite Temporal

Também denominada arterite de Células Gigantes acomete predominantemente indivíduos idosos, a partir dos cinquenta anos de idade com incidência crescente quanto maior a idade. É muito maior em indivíduos de cor branca, sendo rara em negros e orientais. O seu quadro clínico é caracterizado por cefaléia de início súbito, em região temporal, às vezes acompanhada por espessamento da artéria temporal e por lesões cutâneas na região da artéria que se torna dolorosa à palpação. Em geral o paciente apresenta sintomas oculares como amaurose fugaz, borramento visual, visão duplicada (diplopia) e dificuldade para mastigação (claudicação de mandíbula) e muitas vezes dificuldade para engolir alimentos (disfagia). Na investigação laboratorial o achado mais típico é a grande elevação das provas de fase aguda com velocidade de hemossedimentação próxima de 100 mm na primeira hora. O diagnóstico deve ser realizado precocemente pois a evolução mais temível é o desenvolvimento de perda definitiva da vi...

Quais exames são solicitados pela reumatologista?

A Bia tem feito vários exames desde de que deu inicio o acompanhamento com a reumato Além dos exames físicos para complemento é solicitado os exames: Imagens: Ultrassom Tomografia Rx É os de sangue abaixo entre outro : Cardiolipina - Anticorpos IgG  Cardiolipina - Anticorpos IgM Anticoagulante Lúpico Analise de caracteres fis. elementos e se Dosagem de transaminase Glutâmico - Oxal  Dosagem de transaminase Glutâmico - Piru Anca Anticorpos Anti Neutrófilos Vitamina D (25-hidroxi) Dosagem de Cálcio  Fosforo Dosagem  Dosagem de Fosfatase alcalina Dosagem de Acido Úrico Dosagem de Desidrogenase Latica Dosagem de creatinofosfoquinase (cpk) Anticorpos Anti-ssa (RO) Anticorpos Anti-ssb (LA) Dosagem de Hormônio tireoestimulante (TSH) Dosagem de Tiroxina livre (T4 LIVRE) Hemograma Completo Determinação de velocidade de Hemossedimentação  Dosagem de Proteína C reativa Pesquisa de anticorpos Anti Núcleo  Prova do L...

O que é Lupus Eritematoso Sistêmico?

  Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES)   é uma doença crônica, de causa desconhecida, na qual ocorre uma ativação do sistema imunológico, caracterizada pela presença de múltiplos auto-anticorpos. Compromete principalmente mulheres jovens, entre 20 a 45 anos, com distribuição universal, sem predomínio racial. È uma doença pouco freqüente, com incidência entre 4 a 7 casos/100.000 habitantes por ano; um estudo epidemiológico realizado aqui no Brasil, em Natal (RN), estimou uma incidência de 8 casos/100.000 habitantes por ano. Pode afetar múltiplos órgãos e evoluir alternando períodos de atividade inflamatória com períodos de remissão (sem sintomas da doença). Embora de causa ainda desconhecida, múltiplos fatores estão envolvidos no desencadeamento da doença, como genéticos, ambientais, hormonais, infecciosos, algumas medicações e radiação ultravioleta (luz solar). O LES pode ter um início agudo ou insidioso (mais lento), com manifestações em diferentes órgãos e siste...