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Osteoartrite

O que é?
A Osteoartrose, Artrose, ou Osteoartrite, é uma doença degenerativa das cartilagens articulares. O nome mais aceito na comunidade médica atualmente para essa doença é Osteoartrite.


É a doença reumática mais comum das articulações. Antigamente se acreditava que a osteoartrite fazia parte do envelhecimento natural do ser humano. Entretanto, hoje em dia, sabemos que essa doença resulta de uma interação complexa entre integridade da articulação, predisposição genética, inflamação local, forças mecânicas e processos bioquímicos e celulares.

Quais as principais articulações acometidas?
As pequenas articulações dos dedos das mãos, joelhos, quadris, pés e coluna vertebral são as mais atingidas. Raramente acomete cotovelos, punhos e tornozelos. Qualquer combinação de acometimento articular pode ocorrer, como por exemplo, de mãos, joelhos e coluna ao mesmo tempo, com diferentes intensidades.

Quem pode ter osteoartrite?
A osteoartrite pode surgir sem uma causa aparente, sendo então considerada primária ou idiopática.

A osteoartrite secundária ocorre quando existe um fator identificado que favoreça seu aparecimento. Outros termos que têm o mesmo significado são: fatores de risco, fatores predisponentes ou fatores de maior predisposição e susceptibilidade à doença.

Quais são principais fatores de risco individuais?
  • Idade igual ou superior a 55 anos: Acima dessa idade, 75% da população têm algum sinal de osteoartrite e 85% da população com mais de 75 anos apresenta evidência desta doença aos raios-X;
  • Sexo feminino: As mulheres geralmente são afetadas mais precocemente do que os homens o que sugere que a osteoartrite na mulher pode ser favorecida por alterações dos hormônios femininos. Ela parece ocorrer com maior freqüência após a menopausa;
  • Hereditariedade ou genética: A herança genética é importante na forma poliarticular, em que são afetadas várias articulações e particularmente na osteoartrite das mãos, a chamada osteoartrite nodal;
  • Doenças metabólicas: Existe uma maior com o diabetes mellitus;
  • Disfunções hormonais: Pacientes com hipotireoidismo podem ter mais osteoartrite;
  • Obesidade: O excesso de peso pode estar associado com o desenvolvimento de osteoartrite nos joelhos e da coluna lombar;
  • Traumas ou lesões articulares decorrentes de acidentes: Um trauma pode transformar uma articulação com osteoartrite sem sintoma em uma articulação muito dolorosa, visto que o indivíduo até então não percebia qualquer problema na mesma;
  • Trauma de forte intensidade: É causa comum de osteoartrite de qualquer articulação, sendo muito observados nos joelhos, ombros, punhos, quadris ou tornozelos;
  • Lesões decorrentes de trabalhos físicos, esportes e certas atividades de lazer: Nesses casos as articulações sofrem pequenos traumas de modo prolongado, repetitivo e ou excessivo. As atividades que precisam ser executadas em posição ajoelhadas, por exemplo, costumam acentuar a osteoartrite de joelhos. Algumas práticas esportivas ou de lazer aumentam os riscos de trauma, além de poder agravar o quadro clínico dos portadores de osteoartrite;
  • Processos inflamatórios crônicos: Devidos as doenças reumáticas: a gota (doença de depósito de ácido úrico), artrite reumatóide, artrite pisoriasica entre outras;
  • Infecções: Nas infecções das articulações (artrite séptica), podemos observar a destruição da cartilagem de forma agressiva, capaz de destruir rapidamente uma articulação;
  • Distúrbios anatômicos: Os desarranjos estruturais da própria articulação a sobrecarregam e levam a degeneração articular;
  • Hipermobilidade: Indivíduos com excesso de mobilidade, devido a maior flexibilidade nas articulações, apresentam risco aumentado de desenvolver osteoartrite.
O que causa a osteoartrite?


A osteoartrite é o resultado da degeneração da cartilagem articular, tecido elástico que recobre as suas extremidades ósseas facilitando a sua mobilidade e amortecendo impactos. Quando a cartilagem, por causas diversas e que se combinam, sofre fissuras, ela pode se degenerar. O tecido ósseo abaixo da cartilagem fica exposto e pode sofrer atrito com outras superfícies ósseas expostas. Esse processo, ao ocorrer de forma contínua, causa a destruição articular e a formação de eminências ósseas ou osteófitos (“bicos de papagaio”).

Quais são os seus sintomas?

Em algumas pessoas, a doença pode evoluir sem apresentar sintomas mesmo quando se observa uma alteração visível nas articulações (deformidades). Muitas articulações com evidência de osteoartrite aos raios-X podem permanecer sem sintomas por longos períodos. Além disso, o aparecimento de sintomas é usualmente lento. A osteoartrite pode comprometer apenas uma única articulação, um conjunto de articulações (os dois joelhos ou as duas mãos, por exemplo), ou mesmo várias delas ao mesmo tempo e com intensidades diferentes.

Os principais sinas e sintomas são:
  • Dor: É o mais comum, o mais importante e um dos primeiros sintomas da osteoartrite. Geralmente inicia-se de forma intermitente (que aparece e desaparece). Sua intensidade varia muito, podendo ser bem leve ou muito intensa, com variações semanais ou até diárias. Pode ser pior no final do dia e no final de semana. Pode surgir e quando a articulação é solicitada, tanto no seu uso rotineiro como no uso excessivo ou prolongado. A dor permanece por horas após a interrupção da atividade física. Enquanto a maioria sente dores relacionadas ao exercício físico que costumam melhorar com o repouso, alguns pacientes descrevem dor ao deitar-se ou repousar e outras dores noturnas. Alguns relatam sensações de pontadas durante certos movimentos ou com a sustentação de peso. Podem ocorrer também pontos doloridos nas margens da articulação ou sensibilidade exagerada aos movimentos ou manipulação;
  • Rigidez: se observa após períodos de inatividade ou imobilidade, como no período noturno (ao dormir), com duração máxima de quinze minutos, e vai gradativamente desaparecendo com a movimentação. A rigidez articular pode vir associada a um estado de dor de difícil localização;
  • Inflamação: inchaço articular doloroso com ou sem calor local. Corresponde à inflamação das diversas estruturas articulares até a presença de derrame intra-articular devido ao aumento do líquido sinovial;
  • Redução da mobilidade articular: os pacientes podem sofrer diminuição gradual de movimentos das articulações afetadas. Com freqüência é acompanhada de dor, que tende a ser pior no final do arco do movimento realizado. Esse processo de redução da mobilidade articular culmina no enrijecimento fixo da articulação;
  • Crepitações: são rangidos ou estalos das articulações, grosseiros ou delicados, durante a execução de movimentos. Correspondem ao atrito das superfícies articulares que se encontram irregulares, interferindo com os movimentos normalmente suaves;
  • Deformidades: após a destruição da cartilagem, com exposição do tecido ósseo, o organismo inicia uma fase reparadora com hipertrofia óssea (surgimento de “esporões” ósseos na articulação acometida) na tentativa de compensar a ausência da cartilagem. Ocorrem principalmente nas mãos, pés joelhos e coluna vertebral;
  • Atrofia muscular: dependendo da gravidade da doença, pode haver diferentes graus de atrofia muscular (diminuição do volume dos músculos) na região próxima à articulação afetada. Costuma ser percebido pelo paciente nas fases mais avançadas da doença;
  • Instabilidade articular: causa uma sensação de insegurança ao solicitar a articulação ou de “falseio”;
  • Incapacidade: a dor, a inflamação, a perda de movimentos e as deformidades são as principais responsáveis pela intensa limitação funcional que a osteoartrite avançada impõe aos pacientes. Nestes casos mais avançados com destruição articular variada, impõe-se ao paciente grande dificuldade nas atividades da vida diária como, por exemplo, perda de habilidade para vestir-se sozinho, limitações para subir ou descer escadas ou até para caminhar pequenas distâncias.
Como é diagnosticada?

A osteoartrite deve ser suspeitada quando houver dor nas articulações normalmente acometidas em pacientes acima de 50 anos. Pode ser confirmada pelo exame reumatológico e por radiografias. Em algumas situações, exames de sangue podem ser solicitados para esclarecer o diagnóstico.

O reumatologista é o médico mais indicado para fazer o diagnóstico da osteoartrite. Seu conhecimento nas causas e principalmente na estrutura e função da cartilagem, o torna o especialista mais indicado para fazer o diagnóstico da osteoartrite, afastando outras causas para as dores nas articulações. É válido lembrar que na osteoartrite pode existir uma dissociação entre os sintomas do paciente e seus exames. Por exemplo, um paciente com dores importantes em seus joelhos pode ter uma osteoartrite com radiografia normal, enquanto um outro paciente pode ter uma radiografia de joelhos com grandes alterações articulares causadas pela osteoartrite e ainda assim não ter sintomas. Daí a importância do reumatologista, para tranqüilizar e informar o paciente, sem deixar de tratar os sintomas.

Como deve ser o tratamento da osteoartrite?

O tratamento consiste em aliviar a dor, preservar e melhorar a capacidade funcional da articulação, reduzindo a invalidez e aumentando a qualidade de vida. Tais tratamentos envolvem-se desde a simples orientação educacional até o uso de medicações, fisioterapia, exercícios, órteses e cirurgia, em casos extremos.

Educação do paciente

O tratamento inicia-se com a educação do paciente. É fundamental que o paciente compreenda a doença, e aprenda o que deve fazer para evitar danos à articulação. É importante que o indivíduo com osteoartrite mantenha boa saúde geral, elimine os fatores de risco, especialmente o excesso de peso, reduzindo a sobrecarga mecânica sobre a articulação, exercite-se e, acima de tudo, reconheça a sua própria responsabilidade no controle do tratamento.

Tratamento medicamentoso

Todo tratamento medicamentoso da osteoartrite deve ser realizado sob a supervisão de seu reumatologista. São utilizados analgésicos e antiinflamatórios não-derivados de hormônios (AINHs), para alívio da dor e da inflamação articular. Deve-se ter especial precaução com o uso do AINHs em indivíduos mais idosos (os principais acometidos pela osteoartrite) com função renal ou hepática comprometida, pois, em geral, eles são mais sensíveis a eventuais reações adversas dos AINHs.

Medicamentos de uso tópico (creme, pomada, spray, etc.) com propriedades analgésicas e/ou antiinflamatórias também podem ser utilizados. A infiltração intra-articular com corticóides, ou seja, injeção local dentro da própria articulação de corticóide como potente agente antiinflamatório também pode ser indicada, mas sempre sob supervisão obrigatória de seu reumatologista.

Fisioterapia e Exercícios

Procedimentos fisioterápicos (compressas quentes ou frias, eletroterapia, etc.) no alívio do processo inflamatório e analgesia são importantes na fase aguda. Exercícios físicos são essenciais, particularmente aqueles que aumentam a força e a flexibilidade com aumento da amplitude dos movimentos podendo assim prevenirem danos maiores futuros.

Órteses e terapia ocupacional

Órteses são quaisquer dispositivos que facilitem e auxiliem ao paciente realizar suas atividades da vida diária. Calçados apropriados são particularmente importantes. Palmilhas, calcanheiras e outros recursos para o realinhamento, absorção de impacto e conforto podem ser utilizados dentro dos calçados para facilitar o ato de caminhar. Frequentemente na osteoartrite avançada ou em sua fase mais inflamatória, é necessário proteger a articulação, utilizando-se tutores ou uma bengala. Apesar dos preconceitos em relação ao uso da bengala, ela pode contribuir para melhorar a segurança e a estabilidade, alem de reduzir a dor ao caminhar.

Tratamento cirúrgico

A cirurgia pode ser indicada em casos selecionados, para a colocação de próteses de substituição, correção de defeitos incapacitantes, ou mesmo para dores refratárias, mas sempre criteriosamente e buscando a melhoria da função articular do paciente e sua qualidade de vida.

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