Espondilolistese degenerativa (ED) é a forma mais comum de espondilolistese presente nos pacientes acima de 50 anos e atualmente é a cirurgia de coluna lombar mais comum em pacientes acima dos 65 anos. Ela consiste no escorregamento de uma vértebra sobre a adjacente, e difere da espondilolistese lítica por manter intacto o arco ósseo posterior e a pars, ou seja, não há fraturas ósseas e sim degeneração do disco intervertebral e/ou facetas articulares. Na espondiloslistese congênita, usualmente devido à displasia das facetas articulares, ocorre o escorregamento total da vértebra superior. O escorregamento pode causar compressão da cauda equina ou nervos espinhais, gerando sintomas radiculares irradiados para os membros inferiores.
O grau de escorregamento é medido dividindo-se o platô vertebral inferior em quatro regiões, sendo o grau medido pela projeção do corpo vertebral superior no platô inferior (Figura 1). Usualmente o grau de escorregamento é pequeno, ficando em torno do grau 1 e 2 na maioria dos casos. A ED ocorre desproporcionalmente entre homens e mulheres, podendo acometer 6 vezes mais as mulheres, principalmente as afrodescendentes. O nível mais acometido nessa patologia é o L4-L5, sendo o nível L5-S1 o mais acometido nas espondilolisteses líticas.
Sintomas associados
Os principais sintomas relacionados à ED são a degeneração e subluxação das facetas articulares, instabilidade segmentar gerando aumento da tensão nas cápsulas articulares, ligamentos e músculos estabilizadores da coluna lombar, que geram dores nas costas. Além desses fatores, a ED é a principal fonte de estenose do canal, podendo causar dores irradiadas para as pernas.
Diagnóstico e tratamento
Além da avaliação clínica da dor e do possível comprometimento das raízes nervosas, os exames de imagem são essenciais no planejamento do tratamento. Os raios-X em lateral e dinâmico mostram o nível acometido, o grau da doença e a instabilidade do segmento (Figura 2). Exames de tomografia computadorizada podem evidenciar possíveis fraturas, no caso da espondilolistese lítica. A ressonância magnética irá mostrar o comprometimento dos tecidos nervosos, principalmente quando há estenose de canal ou foraminal.
O tratamento inicial consiste em anti-inflamatórios não esteroides na fase aguda, além de fisioterapia na fase pós-aguda, visando o fortalecimento dos músculos e estabilização da região afetada. Em alguns casos, é possível a utilização de injeções espinhais. O tratamento cirúrgico, quando indicado, consiste na artrodese do segmento doente. Essa fusão lombar também pode ser realizada de maneira minimamente invasiva.
No entanto, para alcançar os melhores resultados procure sempre o seu médico. Ele será capaz de discutir com você sobre a sua patologia e explicar quais os melhores tratamentos para o seu caso.
Referências
1. Weinstein JN, Lurie JD, Tosteson TD, Hanscom B, Tosteson ANA, Blood EA, et al. Surgical versus nonsurgical treatment for lumbar degenerative spondylolisthesis. N Engl J Med. 2007 May 31;356(22):2257–70.
2. Acosta FL Jr, Ames CP, Chou D. Operative management of adult high-grade lumbosacral spondylolisthesis. Neurosurg Clin N Am. 2007 Apr;18(2):249–54.
3. Kalichman L, Hunter DJ. Diagnosis and conservative management of degenerative lumbar spondylolisthesis. Eur Spine J Off Publ Eur Spine Soc Eur Spinal Deform Soc Eur Sect Cerv Spine Res Soc. 2008 Mar;17(3):327–35.
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